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Embalagens de medicamentos não são recicladas
29/10/2008

Agência Portuguesa do Ambiente acusa a empresa encarregue da reciclagem das embalagens de medicamentos usados, a Valormed, de não cumprir normas ambientais

A Agência Portuguesa do Ambiente (APA) pondera caçar a licença à entidade gestora das embalagens de medicamentos fora de uso (Valormed) por incumprimento na reciclagem e por enviar para queima todos os resíduos entregues pelos portugueses nas farmácias, noticia a agência Lusa.

«Já notificámos a Valormed da situação de incumprimento e aguardamos uma solução. No limite, a licença atribuída por despacho conjunto dos ministros da Economia e do Ambiente pode ser caçada. Mas isso é uma situação extrema, pois ainda esperamos que se resolva», afirmou a sub-directora da APA, Luísa Pinheiro.

A licença atribuída até 2011 à Valormed obriga-a a reciclar nos próximos três anos pelo menos 55 por cento dos resíduos de medicamentos, mas esta entidade gestora ainda não tem sequer uma unidade de triagem para separar o papel e cartão, vidro, plástico e alumínio, tendo enviado no ano passado mais de 630 toneladas de embalagens de medicamentos fora de uso para queima em incineradoras.

Queima de embalagens ao invés da sua reciclagem

Em termos ambientais, a queima é mais prejudicial por ser responsável pelo aumento de emissões de dióxido de carbono para a atmosfera, enquanto a reciclagem permite poupar emissões pela reutilização que faz dos resíduos.

A ausência de reciclagem das embalagens de medicamentos fora de uso tem sido denunciada pelos ambientalistas da Quercus ao Ministério do Ambiente pelo menos desde 2005, de acordo com a correspondência encontrada, mas a APA considera que existem vários «constrangimentos» que têm bloqueado o arranque do processo.

«A aposta da Valormed era uma unidade de triagem específica para estes resíduos, mas o volume de recolhas não tem justificado» essa construção de raiz, explica Luísa Pinheiro da APA.

A Valormed escusou-se a quaisquer declarações sobre o assunto, mas, segundo Pedro Carteiro da Quercus, a entidade já foi informada de que existem unidades no país preparadas para fazer essa triagem.

Fonte: diario.iol.pt


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